domingo, 21 de outubro de 2012

Parnasianismo e Simbolismo




Parnasianismo:


O parnasianismo surgiu na França em oposição às escolas literárias Realismo e Naturalismo, opondo-se à prosa, já que foi um movimento essencialmente poético. O nome vem do termo grego “Parnassus”, o qual indica o lugar mitológico onde as musas moravam. 
Foi um movimento essencialmente poético que reagiu contra os abusos sentimentais dos românticos. Alguns críticos chegam a considerá-lo uma espécie de Realismo na poesia. Teve como principais características: a preferência pelas formas poéticas, o purismo vocabular e linguístico, o destaque ao erotismo e à sensualidade feminina, as referências à mitologia greco-latina, o esteticismo e a visão da obra como resultado do trabalho. Grandes acontecimentos históricos marcaram a geração do parnasianismo brasileiro. A abolição da escravatura (1888) coincide com a estreia literária de Olavo Bilac. No ano seguinte houve a queda do regime imperial com a Proclamação da República. A transição do século XIX para o século XX representou para o Brasil: um período de consolidação das novas instituições republicanas; fim do regime militar e desenvolvimento dos governos civis; restauração das finanças; impulso ao progresso material. Depois das agitações do início da República, o Brasil atravessou um período de paz política e de prosperidade econômica. Um ano após a proclamação da República, instalou-se a primeira Constituição e, em fins de 1891, Marechal Deodoro dissolve o Congresso e renuncia ao poder, sendo substituído pelo "Marechal de Ferro", Floriano Peixoto. Teve como principais autores João Penha (1838 – 1919), António Feijó (1859 – 1917), Cesário Verde (1855 – 1886) e Gonçalves Crespo (1846 – 1883).


Olavo Bilac (1865-1918) foi um poeta e jornalista brasileiro. Escreveu a letra do hino à Bandeira brasileira. É membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Foi um dos principais representantes do Movimento Parnasiano que valorizou o cuidado formal do poema, em busca de palavras raras, rimas ricas e rigidez das regras da composição poética.

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918) nasceu no Rio de janeiro, no dia 16 de dezembro. Era filho do cirurgião militar, Brás Martins dos Guimarães e de Delfina Belmira Gomes de Paula. Estudou Medicina e Direito, sem concluir nenhum dos cursos. Dedicou-se ao jornalismo e à poesia. Foi noivo de Amélia de Oliveira, irmã de seu amigo Alberto de Oliveira, que foi impedida de casar por outro irmão que não aceitava a vida de poeta boêmio que Bilac levava.

Colaborou em vários jornais e revistas como Gazeta de Notícias e Diário de Notícias. Foi inspetor de instrução de escola pública e membro do Conselho Superior do Departamento Federal. Exerceu constante atividade nacionalista, realizando pregações cívicas em todo país sobre a obrigatoriedade do serviço militar.

Pertenceu à Escola Parnasiana Brasileira, sendo um dos seus principais poetas. Sua primeira obra foi "Poesias", publicada em 1888. Nela o poeta já estava identificado com as propostas do Parnasianismo. Sua poesia apresentava várias temáticas. Na linha tipicamente parnasiana, escreveu sobre temas greco-romanos. Fez várias descrições da natureza, indicando uma herança romântica. Grande parte dos seus poemas são sonetos. Contudo, ao contrário de outros poetas parnasianos, sua poesia apresenta uma postura mais intimista e subjetiva.
Olavo Bilac, morreu no Rio de Janeiro, no dia 28 de dezembro de 1918.

Algumas obras do Príncipe dos Poetas (como foi apelidado):
Sagres (1889)
Tarde (seu último livro – publicado postumamente em 1919)
Crônicas e Novelas (1894)
Critica e Fantasia (1904)
Ironia e Piedade (1916)
Conferências Literárias (1906)
Últimas conferências e discursos (1924)


AO CORAÇÃO QUE SOFRE


Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.

  
Simbolismo:

O simbolismo foi um movimento essencialmente poético do fim do século XIX, que representa uma ruptura artística radical com a mentalidade cultural do Realismo-Naturalismo, buscando fundamentalmente retomar o primado das dimensões não racionais da existência. 
O simbolismo em Portugal teve início em 1890 com a publicação de “Oaristos” de Eugênio de Castro. Com isso inicia-se oficialmente o simbolismo português, que durou até 1915. Nessa época houve o surgimento da geração Orpheu que desencadeou a revolução modernista no país. Esse movimento teve como principais características a: musicalidade, subjetivismo, transcendentalismo. E teve como principais autores: Antônio Nobre (1867 – 1900), Eugênio de Castro (1869 – 1944) e Camilo Pessanha (1867 – 1926). 
O período que vai de 1890 a 1915 é marcado por inúmeras tendências literárias e filosóficas, representando, no geral, a superação das teses centrais divulgadas pela geração de 70. Já o simbolismo no Brasil teve início em 1893, com a publicação de “Missal” e “Broquéis”, de Cruz e Sousa. O simbolismo brasileiro, segundo alguns autores, não conseguiu substituir os cânones da literatura oficial, predominantemente realista e parnasiana. Teve seu fim com a Semana de Arte Moderna em 1920, que foi o marco do início do Modernismo. No Brasil, esse início se deu com a publicação, no mesmo ano (1893), dos livros Missal e Broqueis, de autoria de Cruz e Sousa, nosso melhor poeta simbolista. Nos dois países (Portugal / Brasil), considera-se geralmente que o início dos respectivos movimentos modernistas representou o surgimento de novas alternativas literárias: 1915, em Portugal e 1922, no Brasil. A crítica literária brasileira por vezes opta pela escolha do ano de 1902 para demarcar o fim da era parnasiano-simbolista, porque foi então que se deu a publicação do livro Os sertões, de Euclides da Cunha, representativo de uma nova preocupação social que, ausente nos estilos anteriores, passaria a dominar a literatura nacional. E teve como principais autores Cruz e Sousa (1861 – 1898) e Alphonsus Guimarães (1870 – 1921).

Alphonsus Henriques da Costa Guimaraens nasceu em 24 de julho de 1870, em Ouro Preto, Minas Gerais. 
Cursa a Escola de Minas de Ouro Preto quando perde sua noiva Constança, em 28 de dezembro de 1888, filha do romancista Bernardo Guimarães, o escritor de Escrava Isaura.
Pouco tempo depois, transfere-se para São Paulo, onde cursa a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, na qual se forma em 1894. Logo após formar, o autor exerce sua profissão no cargo de promotor em Minas Gerais. Durante esse período já havia colaborado para os jornais Diário Mercantil, Comércio de São Paulo, Correio Paulistano, O Estado de S. Paulo e A Gazeta. 

Casa-se com Zenaide de Oliveira em 1897 e em 1906 passa a ser juiz da cidade de Mariana, ainda em Minas, lugar de onde não saiu mais e criou 14 filhos. Alphonsus Guimaraens é considerado o autor místico do Simbolismo, pela evidência de um triângulo em sua obra: misticismo, amor e morte. 
Seu primeiro livro publicado em 1899 é em forma de poemas, chamado Dona Mística. Neste mesmo ano, também foi a publicação de Setenário das dores de Nossa Senhora e Câmara ardente. Um tempo depois, em 1902, escreve e publica Kyriale sob o pseudônimo consagrado de Alphonsus Guimaraens. A vida do autor norteia sua obra através dos marcos da morte da noiva e da devoção à Maria, envoltos em um clima de misticismo exacerbado, no qual a morte é vista como o meio de aproximação do amor (Constança) e de Maria (figura religiosa). Um de seus poemas  mais famosos é Ismália.
O autor morreu em 15 de julho do ano de 1921, conhecido como “O solitário de Mariana”, por ter vivido isolado dos acontecimentos. 

SETE DAMAS

Sete Damas por mim passaram.
E todas sete me beijaram.

E quer eu queira quer não queira.
Elas vêm cada sexta-feira.

Sei que plantaram sete ciprestes.
Nas remotas solidões agrestes.

Deixaram-me como um mendigo…
Se elas vão acabar comigo!

Todas, rezando os Sete Salmos.
No chão cavaram sete palmos.


Feito por: Layla Galvão, Leylane Galvão, Ludmilla Souza e Pâmela Cristina.





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