Parnasianismo:
O parnasianismo surgiu na França em oposição às escolas literárias
Realismo e Naturalismo, opondo-se à prosa, já que foi um movimento
essencialmente poético. O nome vem do termo grego “Parnassus”, o qual
indica o lugar mitológico onde as musas moravam.
Foi um movimento essencialmente poético que reagiu contra os abusos
sentimentais dos românticos. Alguns críticos chegam a considerá-lo uma espécie
de Realismo na poesia. Teve como principais características: a
preferência pelas formas poéticas, o purismo vocabular e linguístico, o
destaque ao erotismo e à sensualidade feminina, as referências à mitologia
greco-latina, o esteticismo e a visão da obra como resultado do trabalho. Grandes
acontecimentos históricos marcaram a geração do parnasianismo brasileiro. A
abolição da escravatura (1888) coincide com a estreia literária de Olavo Bilac.
No ano seguinte houve a queda do regime imperial com a Proclamação da República. A
transição do século XIX para o século XX representou para o Brasil: um
período de consolidação das novas instituições republicanas; fim do regime
militar e desenvolvimento dos governos civis; restauração das finanças; impulso
ao progresso material. Depois das agitações do início da República,
o Brasil atravessou um período de paz política e de prosperidade
econômica. Um ano após a proclamação da República, instalou-se a primeira
Constituição e, em fins de 1891, Marechal Deodoro dissolve o Congresso e renuncia
ao poder, sendo substituído pelo "Marechal de Ferro", Floriano
Peixoto. Teve como principais autores João Penha (1838 –
1919), António Feijó (1859 – 1917), Cesário Verde (1855
– 1886) e Gonçalves Crespo (1846 – 1883).
Olavo Bilac (1865-1918) foi um poeta e jornalista brasileiro. Escreveu a letra do hino à Bandeira brasileira. É membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Foi um dos principais representantes do Movimento Parnasiano que valorizou o cuidado formal do poema, em busca de palavras raras, rimas ricas e rigidez das regras da composição poética.
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918) nasceu no Rio de janeiro, no dia 16 de dezembro. Era filho do cirurgião militar, Brás Martins dos Guimarães e de Delfina Belmira Gomes de Paula. Estudou Medicina e Direito, sem concluir nenhum dos cursos. Dedicou-se ao jornalismo e à poesia. Foi noivo de Amélia de Oliveira, irmã de seu amigo Alberto de Oliveira, que foi impedida de casar por outro irmão que não aceitava a vida de poeta boêmio que Bilac levava.
Colaborou em vários jornais e revistas como Gazeta de Notícias e Diário de Notícias. Foi inspetor de instrução de escola pública e membro do Conselho Superior do Departamento Federal. Exerceu constante atividade nacionalista, realizando pregações cívicas em todo país sobre a obrigatoriedade do serviço militar.
Pertenceu à Escola Parnasiana Brasileira, sendo um dos seus principais poetas. Sua primeira obra foi "Poesias", publicada em 1888. Nela o poeta já estava identificado com as propostas do Parnasianismo. Sua poesia apresentava várias temáticas. Na linha tipicamente parnasiana, escreveu sobre temas greco-romanos. Fez várias descrições da natureza, indicando uma herança romântica. Grande parte dos seus poemas são sonetos. Contudo, ao contrário de outros poetas parnasianos, sua poesia apresenta uma postura mais intimista e subjetiva.
Olavo Bilac, morreu no Rio de Janeiro, no dia 28 de dezembro de 1918.
Algumas obras do Príncipe dos Poetas (como foi apelidado):
Sagres (1889)
Tarde (seu último livro – publicado postumamente em 1919)
Crônicas e Novelas (1894)
Critica e Fantasia (1904)
Ironia e Piedade (1916)
Conferências Literárias (1906)
Últimas conferências e discursos (1924)
AO CORAÇÃO QUE SOFRE
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.
Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.
E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;
E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.
Simbolismo:
O simbolismo foi um movimento essencialmente
poético do fim do século XIX, que representa uma ruptura artística radical com
a mentalidade cultural do Realismo-Naturalismo, buscando fundamentalmente
retomar o primado das dimensões não racionais da existência.
O simbolismo em Portugal teve início em 1890 com a
publicação de “Oaristos” de Eugênio de Castro. Com isso inicia-se oficialmente
o simbolismo português, que durou até 1915. Nessa época houve o surgimento da
geração Orpheu que desencadeou a revolução modernista no país. Esse movimento
teve como principais características a: musicalidade, subjetivismo, transcendentalismo. E teve como principais autores: Antônio
Nobre (1867 – 1900), Eugênio
de Castro (1869 – 1944) e Camilo
Pessanha (1867 – 1926).
O período que vai de 1890 a 1915 é marcado por
inúmeras tendências literárias e filosóficas, representando, no geral, a
superação das teses centrais divulgadas pela geração de 70. Já o
simbolismo no Brasil teve início em 1893, com a publicação de “Missal” e
“Broquéis”, de Cruz e Sousa. O simbolismo brasileiro, segundo alguns autores,
não conseguiu substituir os cânones da literatura oficial, predominantemente
realista e parnasiana. Teve seu fim com a Semana de Arte Moderna em 1920, que
foi o marco do início do Modernismo. No Brasil, esse início se deu com a
publicação, no mesmo ano (1893), dos livros Missal e Broqueis, de autoria de
Cruz e Sousa, nosso melhor poeta simbolista. Nos dois países (Portugal /
Brasil), considera-se geralmente que o início dos respectivos movimentos
modernistas representou o surgimento de novas alternativas literárias: 1915, em
Portugal e 1922, no Brasil. A crítica literária brasileira por vezes opta pela
escolha do ano de 1902 para demarcar o fim da era parnasiano-simbolista, porque
foi então que se deu a publicação do livro Os sertões, de Euclides da Cunha,
representativo de uma nova preocupação social que, ausente nos estilos
anteriores, passaria a dominar a literatura nacional. E teve como
principais autores Cruz e Sousa (1861 – 1898) e Alphonsus
Guimarães (1870 – 1921).
Alphonsus Henriques da Costa Guimaraens nasceu em 24
de julho de 1870, em Ouro Preto, Minas Gerais.
Cursa a Escola de Minas de Ouro Preto quando perde sua noiva Constança,
em 28 de dezembro de 1888, filha do romancista Bernardo Guimarães, o escritor
de Escrava Isaura.
Pouco tempo depois, transfere-se para São Paulo, onde cursa a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, na qual se forma em 1894. Logo após formar, o autor exerce sua profissão no cargo de promotor em Minas Gerais. Durante esse período já havia colaborado para os jornais Diário Mercantil, Comércio de São Paulo, Correio Paulistano, O Estado de S. Paulo e A Gazeta.
Casa-se com Zenaide de Oliveira em 1897 e em 1906 passa a ser juiz da
cidade de Mariana, ainda em Minas, lugar de onde não saiu mais e criou 14
filhos. Alphonsus Guimaraens é considerado o autor místico do Simbolismo,
pela evidência de um triângulo em sua obra: misticismo, amor e morte.
Seu primeiro livro publicado em 1899 é em forma de poemas, chamado Dona
Mística. Neste mesmo ano, também foi a publicação de Setenário das dores de
Nossa Senhora e Câmara ardente. Um tempo depois, em 1902, escreve e publica
Kyriale sob o pseudônimo consagrado de Alphonsus Guimaraens. A vida do
autor norteia sua obra através dos marcos da morte da noiva e da devoção à
Maria, envoltos em um clima de misticismo exacerbado, no qual a morte é vista
como o meio de aproximação do amor (Constança) e de Maria (figura religiosa).
Um de seus poemas mais famosos é Ismália.
O autor morreu em 15 de julho do ano de 1921, conhecido como “O
solitário de Mariana”, por ter vivido isolado dos acontecimentos.
SETE DAMAS
E todas sete me beijaram.
E quer eu queira quer não queira.
Elas vêm cada sexta-feira.
Sei que plantaram sete ciprestes.
Nas remotas solidões agrestes.
Deixaram-me como um mendigo…
Se elas vão acabar comigo!
Todas, rezando os Sete Salmos.
No chão cavaram sete palmos.
Feito por: Layla Galvão, Leylane Galvão, Ludmilla Souza e Pâmela Cristina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário