domingo, 21 de outubro de 2012

Simbolismo ( Cruz e Souza)


        Sobre o Simbolismo:
                 
Simbolismo é uma tendência literária da poesia e das outras artes que surgiu na França, no final do  século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Positivismo da época.
Quando surgiu e quando findou ? : em 1890, o país iniciou forte vivência literária no Simbolismo que iniciou com a publicação do livro de poemas “Oaristos” (diálogo amoroso), de Eugênio Castro.
Conteúdo histórico : Portugal passou por crise econômica entre os anos de 1890 e 1891, descrédito em sua monarquia e assim como ocorrera com o Simbolismo brasileiro, a literatura simbolista portuguesa foi influenciada pela França, berço do Simbolismo. Nesta época surge o grupo “Os Vencidos da Vida”, formado por Eça de Queirós, Guerra Junqueira e outros escritores que tinham uma visão depressiva e melancólica da realidade. Características do simbolismo.

                      Simbolismo no Brasil:

A partir de 1881, na França, poetas, pintores, dramaturgos e escritores em geral, influenciados pelo misticismo advindo do grande intercâmbio com as artes, pensamento e religiões orientais - procuram refletir em suas produções a atmosfera presente nas viagens a que se dedicavam.
Marcadamente individualista e místico, foi, com desdém, apelidado de "decadentismo" - clara alusão à decadência dos valores estéticos então vigentes e a certa afetação que neles deixava a sua marca. Em 1886 um manifesto trouxe a denominação que viria marcar definitivamente os adeptos desta corrente: simbolismo. As características do Simbolismo no Brasil, são as mesmas de Portugal.

Características do Simbolismo; principais autores e suas obras:

·          Subjetivismo.
·         Musicalidade.
·         Transcendentalismo.
·         Caráter individualista.
·         Arte baseada na intuição e não na lógica ou razão.
·         Ênfase em temas místicos, imaginários e subjetivos.
·         Retorno à segunda fase romântica que ficou conhecida como mal do século. 
     
      No entanto, o Simbolismo foi mais profundo no universo metafísico do que a geração marcada por Álvares de Azevedo.
   

Principais autores e suas obras:

   - Eugênio de Castro é um autor português e foi o responsável por inaugurar o Simbolismo português. As obras de Eugênio de Castro possuem versos livres, vocabulário erudito, pessimismo e ambiguidade nos temas trabalhados.
   Obras: Oaristo (1890), Horas (1891), Silva e Interlúdio (1894).

  - Alphonsus de Guimaraens: Nasceu em Ouro Preto (Minas Gerais) e foi um dos grandes representantes do Simbolismo nacional. Sua poesia é voltada para o tema da morte da mulher amada. Ao explorar esse tema ele se aproxima dos escritores ultra-românticos que exploravam a literatura gótica e macabra. Sua obra possui uma atmosfera mística e melancólica.

Obras: Câmara Ardente; Dona Mística; Kiriale; Pastoral aos crentes do amor e da morte; Escada de Jacó; Pulvis; Nova Primavera .

Sobre o autor (Cruz e Souza); Dados bibliográficos:

   Filho dos negros alforriados Guilherme da Cruz e Carolina Eva da Conceição. Desde pequeno recebeu a tutela e uma educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa - de quem adotou o nome. A família não tinha filhos, então sua esposa passou a cuidar da educação de João, ele aprendeu francês, latim e grego.

    Dirigiu o jornal Tribuna Popular, onde combateu a escravidão e o preconceito racial. Em 1883, foi recusado como promotor de Lagunapor ser negro. Em 1885 lançou seu primeiro livro, “Tropos e Fantasias”  junto com Virgílio Várzea. Cinco anos depois foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com o jornal Folha Popular. Em fevereiro de 1893, publica “Missal” (prosa poética) e em agosto, “Broquéis” (poesia), dando início ao Simbolismo no Brasil que se estende até 1922. Casou-se com Gavita Gonçalves, também negra, com quem teve quatro filhos, todos mortos prematuramente por tuberculose, levando-a à loucura.

 Foi acusado de ter omitido quanto as questões referentes à condição negra. Mesmo tendo sido filho de escravos e recebido a alcunha de "Cisne Negro", o poeta João da Cruz e Sousa não conseguiu escapar das acusações de indiferença pela causa abolicionista. Mas essa acusação não procede, porque o autor retratou metaforicamente a condição do escravo, e militou sim contra escravidão, tanto de forma corriqueira, fundando jornais e fazendo palestras, participando também da campanha anti escravagista promovida pela sociedade e demonstrando desgosto com a condução do movimento pela família imperial.


Cárcere das Almas
(Cruz e Souza)

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza 
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas 
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves, 
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!



Características evidentes do simbolismo no poema; Exploração do tema; Análise crítica:

    - O Autor revela uma realidade subjetiva ligada ao espiritual (alma). 
     -  Nega o materialismo, recorre uma maneira de pensa voltada pra o místico.
     -Emprego de letras maiúsculas em situações incomuns; Ex: “Espaço da Pureza”, “Dor”, “Céu”, “Mistério”.
     -Emprego de plural em substantivos abstratos; Ex: Imensidades, imortalidades, silêncios.
  
  O texto tem o caráter, de espiritualidade e do mundo interior. O cárcere ao que o texto se refere não significa uma prisão, mais sim o corpo físico, que prende a alma no mundo material e impede de ser libertar e atingir sua plenitude. O poema apresenta-se como soneto, de uma maneira geral apresenta o desejo da alma atingir a sua plenitude, ou seja, a sua imortalidade. A última estrofe, podemos identificar uma busca por resposta, uma busca do plano espiritual, a busca por Deus o ser supremo, a chave que liberta a alma do corpo.

Características do autor, principais obras:

 Seus poemas são marcados pela musicalidade (uso constante de aliterações), pelo individualismo, pelo sensualismo, às vezes pelo desespero e apaziguamento, além de uma obsessão pela cor branca.

 Principais Obras:  Broqueis (1893, poesia); Missal (1893, poemas em prosa); 
Tropos e Fantasias (1885, poemas em prosa, junto a Virgílio Várzea); 
Últimos Sonetos (1905); Evocações (1898, poemas em prosa); Faróis (1900, poesia).

    Grupo: Bethina, Carlos Alberto, Jeferson, João Marcelo, Lucas.





























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