Sobre o Simbolismo:
Simbolismo é uma
tendência literária da poesia e das outras artes que surgiu na França, no final
do século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Positivismo
da época.
Quando surgiu e quando findou ? : em 1890, o país iniciou forte vivência
literária no Simbolismo que iniciou com a publicação do livro de poemas
“Oaristos” (diálogo amoroso), de Eugênio Castro.
Conteúdo histórico : Portugal passou por crise econômica entre os anos
de 1890 e 1891, descrédito em sua monarquia e assim como ocorrera com o Simbolismo
brasileiro, a literatura simbolista portuguesa foi influenciada pela França,
berço do Simbolismo. Nesta época surge o grupo “Os Vencidos da Vida”, formado
por Eça de Queirós, Guerra Junqueira e outros escritores que tinham uma visão
depressiva e melancólica da realidade. Características do simbolismo.
Simbolismo no Brasil:
A partir de 1881, na França, poetas, pintores, dramaturgos e escritores
em geral, influenciados pelo misticismo advindo do grande intercâmbio com as
artes, pensamento e religiões orientais - procuram refletir em suas produções a
atmosfera presente nas viagens a que se dedicavam.
Marcadamente individualista e místico, foi, com desdém, apelidado de
"decadentismo" - clara alusão à decadência dos valores estéticos então vigentes e a certa
afetação que neles deixava a sua marca. Em 1886 um manifesto trouxe a denominação
que viria marcar definitivamente os adeptos desta corrente: simbolismo. As características do Simbolismo no
Brasil, são as mesmas de Portugal.
Características do Simbolismo;
principais autores e suas obras:
· Subjetivismo.
· Musicalidade.
· Transcendentalismo.
· Caráter individualista.
· Arte baseada na intuição e não na lógica ou razão.
· Ênfase em temas
místicos, imaginários e subjetivos.
· Retorno
à segunda fase romântica que ficou conhecida como mal do século.
No entanto, o
Simbolismo foi mais profundo no universo metafísico do que a geração marcada
por Álvares de Azevedo.
Principais autores e suas obras:
- Eugênio de Castro é um autor português e foi o responsável por
inaugurar o Simbolismo português. As obras de Eugênio de Castro possuem versos
livres, vocabulário erudito, pessimismo e ambiguidade nos temas
trabalhados.
Obras: Oaristo (1890), Horas (1891), Silva e Interlúdio (1894).
- Alphonsus de Guimaraens: Nasceu
em Ouro Preto (Minas Gerais) e foi um dos grandes representantes do Simbolismo
nacional. Sua poesia é voltada para o tema da morte da mulher amada. Ao
explorar esse tema ele se aproxima dos escritores ultra-românticos que exploravam a literatura gótica e macabra. Sua obra
possui uma atmosfera mística e melancólica.
Obras: Câmara Ardente; Dona Mística; Kiriale; Pastoral aos crentes do
amor e da morte; Escada de
Jacó; Pulvis; Nova Primavera .
Sobre
o autor (Cruz e Souza); Dados bibliográficos:
Filho dos negros alforriados Guilherme
da Cruz e Carolina Eva da Conceição. Desde pequeno recebeu a tutela e uma
educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa - de quem adotou o nome. A família não tinha filhos,
então sua esposa passou a cuidar da educação de João, ele
aprendeu francês, latim e grego.
Dirigiu o jornal Tribuna
Popular, onde combateu a escravidão e o preconceito
racial. Em 1883, foi recusado como
promotor de Laguna, por ser negro. Em 1885 lançou seu primeiro
livro, “Tropos e Fantasias” junto com Virgílio
Várzea. Cinco anos depois foi para o Rio
de Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Estrada
de Ferro Central do Brasil, colaborando também com o jornal Folha Popular. Em fevereiro de 1893, publica “Missal” (prosa poética) e
em agosto, “Broquéis” (poesia), dando início ao Simbolismo no Brasil que se estende até 1922. Casou-se com Gavita
Gonçalves, também negra, com quem teve quatro filhos, todos mortos
prematuramente por tuberculose,
levando-a à loucura.
Foi acusado de ter omitido quanto as questões referentes à condição
negra. Mesmo tendo sido filho de escravos e recebido a alcunha de "Cisne
Negro", o poeta João da Cruz e Sousa não conseguiu escapar das acusações
de indiferença pela causa abolicionista. Mas essa acusação não procede, porque
o autor retratou metaforicamente a condição do escravo, e militou sim contra
escravidão, tanto de forma corriqueira, fundando jornais e fazendo palestras,
participando também da campanha anti escravagista promovida pela sociedade e
demonstrando desgosto com a condução do movimento pela família imperial.
Cárcere das Almas
(Cruz e Souza)
Ah! Toda a alma num
cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
Características evidentes do
simbolismo no poema; Exploração do tema; Análise crítica:
- O Autor revela uma realidade
subjetiva ligada ao espiritual (alma).
- Nega o materialismo, recorre uma maneira de pensa voltada pra o
místico.
-Emprego de letras maiúsculas em situações incomuns; Ex: “Espaço da
Pureza”, “Dor”, “Céu”, “Mistério”.
-Emprego de plural em substantivos abstratos; Ex: Imensidades,
imortalidades, silêncios.
O texto tem o caráter, de espiritualidade e do mundo interior. O cárcere
ao que o texto se refere não significa uma prisão, mais sim o corpo físico, que
prende a alma no mundo material e impede de ser libertar e atingir sua
plenitude. O poema apresenta-se como soneto, de uma maneira geral
apresenta o desejo da alma atingir a sua plenitude, ou seja, a sua
imortalidade. A última estrofe, podemos identificar uma busca por resposta, uma
busca do plano espiritual, a busca por Deus o ser supremo, a chave que liberta
a alma do corpo.
Características do
autor, principais obras:
Seus poemas são marcados pela musicalidade (uso constante de aliterações), pelo individualismo, pelo sensualismo,
às vezes pelo desespero e apaziguamento, além de uma obsessão pela cor branca.
Principais Obras: Broqueis (1893, poesia); Missal (1893,
poemas em prosa);
Tropos e Fantasias (1885,
poemas em prosa, junto a Virgílio
Várzea);
Últimos Sonetos (1905); Evocações (1898, poemas em prosa); Faróis (1900, poesia).
Grupo: Bethina, Carlos Alberto, Jeferson, João Marcelo, Lucas.
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