sábado, 20 de outubro de 2012

Simbolismo


O simbolismo foi um movimento literário que surgiu no fim do século XIX, o que propiciou seu desenvolvimento foi sua oposição ao Realismo. A principal característica do simbolismo é o seu resgate dos valores subjetivos, místicos, espirituais e imaginários da literatura.
O simbolismo surgiu na França, com a publicação da obra “As flores do mal”, de Charles Baudelaire, 1857.
Enquanto surgia, a Europa estava nos primórdios da primeira grande guerra, com a união de Itália e Alemanha (onde o simbolismo era mais forte). No Brasil, porém, era o início da república e o parnasianismo ganhou maior destaque com sua linguagem mais ornamentada.

Principais características do simbolismo:

* Exploração da musicalidade das rimas e não sua complexidade.
* Elementos religiosos presentes na poesia, tais como altares, velas, anjos ou até o próprio Deus.
* Exploração de temas como o destino, do encontro com Deus, a morte.
* Uso de termos bíblicos ou litúrgicos.


O simbolismo em Portugal


O pontapé inicial do movimento deu-se por Eugênio de Castro, com a publicação de “Oaristos”, em 1890, durando até 1915, primórdios do modernismo.
Conhecidos pela fantasia de seus poemas, os poetas simbolistas foram ditos como adeptos do movimento “Nefelibatismo” (adeptos de um Decadentismo) e viveram uma revolução cultural, artística e política. Os temas variavam de poeta para poeta, logo até o nacionalismo foi realizado, por Antônio Nobre. O maior destaque, porém, teve Camilo Pessanha com a publicação de “Clepsidra”, sua única obra.

Principais autores simbolistas portugueses:
* Antônio Nobre (1867-1900)
* Camilo Pessanha (1867-1926)
* Eugênio de Castro (1869-1944)


O simbolismo no Brasil



Tal movimento se iniciou em 1893 com a publicação de Missal e Bróqueis de Cruz e Souza, que ao lado de Alphonsus Guimarães foram os maiores representantes do simbolismo no Brasil. Era o início da república no Brasil.
O simbolismo não agradou aos interesses nacionais, perdendo influência para o parnasianismo, que fazia uso de linguagem complexa e pouca usualidade das palavras. A forte oposição das ideias dominantes da época, que contavam com ajuda da Academia Brasileira de Letras (criada pelos parnasianos, sem participações simbolistas). Esse fato contribuiu para que a linguagem mais formal predominasse.

Principais artistas simbolistas brasileiros:
* Cruz e Souza (1861-1898)
* Alphonsus Guimarães (1870-1921)
* Augusto dos Anjos (1884-1914)


Ismália - Alphonsus de Guimaraens

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...


Alphonsus de Guimaraens
 (Afonso Henriques da Costa Guimaraens), nasceu em Ouro Preto (MG), em 1870 e faleceu em Mariana (MG), em 1921. Bacharelou-se em Direito, em 1894, em sua terra natal. Desde seus tempos de estudante colaborava nos jornais “Diário Mercantil”, “Comércio de São Paulo”, “Correio Paulistano”, “O Estado de S. Paulo” e “A Gazeta”. Em 1895 tornou-se promotor de Justiça em Conceição do Serro (MG) e, a partir de 1906, Juiz em Mariana (MG), de onde pouco sairia. Seu primeiro livro de poesia, Dona Mística, (1892/1894), foi publicado em 1899, ano em que também saiu o “Setenário das Dores de Nossa Senhora. Câmara Ardente”. Em 1902 publicou “Kiriale”, sob o pseudônimo de Alphonsus de Vimaraens. Sua “Obra Completa” foi publicada em 1960. Considerado um dos grandes nomes do Simbolismo, e por vezes o mais místico dos poetas brasileiros, Alphonsus de Guimaraens tratou em seus versos de amor, morte e religiosidade. A morte de sua noiva Constança, em 1888, marcou profundamente sua vida e sua obra, cujos versos, melancólicos e musicais, são repletos de anjos, serafins, cores roxas e virgens mor
tas.

Trabalho feito por Diego Lanes, Hellessandro Gonzaga e Matheus Almeida.
(Esse é o grupo que ficou dividido, faz parte do Parnasianismo por Danieli, Natália e Paula.) 

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