sábado, 20 de outubro de 2012

Parnasianismo

Parnasianismo foi um movimento literário original da França, que formava uma reação contra o sentimentalismo, o individualismo, e busca objetivar a poesia. Outra característica dos parnasianos era o interesse em retomar as formas clássicas da Antiguidade, consideradas perfeitas. Há quem sugira como o início do movimento a data de 1880, quando da publicação de Sonetos e Rimas de Luís Guimarães Júnior (1845/1898). Outros, no entanto, preferem assinalar a de 1882, quando Teófilo Dias publicou Fanfarras. Mas o movimento foi realmente definido a partir de 1883, com a publicação de Sinfonias, de Raimundo Correia. Nesse movimento, tem-se a exaltação da FORMA da poesia em detrimento do CONTEÚDO da mesma. “O poeta é um carpinteiro, e a sua obra, o seu poema é também um produto material, como qualquer outro, onde o que importa não é o sentimento, mas sim a técnica, a capacidade artesanal do criador devidamente associada a seu esforço.”
Os parnasianos brasileiros não seguiram todos os acordos propostos pelos franceses, pois muitos poemas apresentam subjetividade e preferência por temas voltados à realidade brasileira, contrariando outra característica do parnasianismo francês: o universalismo. Os principais autores parnasianos brasileiros foram Olavo Bilac e Raimundo Correia. Outra característica que o Parnasianismo brasileiro não seguiu à risca foi a visão mais carnal do amor em relação à espiritual. Olavo Bilac, principalmente, enfatizou o amor sensual, entretanto, sem vulgarizá-lo. 


Características

  • postura anti-romântica
  • objetividade temática
  • arte pela arte
  • culto da forma - representada pelos sonetos, versos alexandrinos (12 sílabas poéticas, rima rica, rara e perfeita)
  • tentativa de atingir a impassibilidade e a impessoalidade
  • universalismo
  • descrições objetivas da natureza e de objetos
  • retomada da Antiguidade Clássica com seu racionalismo e formas perfeitas
  • surge a poesia de meditação, filosófica - mas artificial

Poema 



Mal Secreto - Raimundo Correia 

Se a cólera que espuma, a dor que mora

N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse o espírito que chora

Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo

Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,

Cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!

Raimundo Correia



Um dos mais importantes parnasianos brasileiros. Em 1883 publicou o livro “Sinfonias”, completamente voltado à estética parnasiana, nesse livro está seu soneto mais conhecido: "As pombas", o qual lhe valeu o apelido de "o poeta das pombas", que ele detestava. Contudo, sua primeira obra “Primeiros sonhos” ainda estava impregnada das características românticas. Sua temática, como de todo poeta parnasiano, estava concentrada na exaltação das formas estruturais na composição do poema, na contemplação da natureza, na perfeição dos objetos, na métrica rígida. Enfocava também um forte pessimismo marcado por desilusão dos sonhos que podem não ser realizados.

Algumas complicações na saúde levaram Raimundo Correia a ir para Paris em busca de tratamento, onde faleceu em setembro de 1911. 

Trabalho feito por Danieli Figueiredo, Natália Lima e Paula Zambelli.

Sites de pesquisa: www.brasilescola.com.br
                               www.infoescola.com.br
                               www.portalsaofrancisco.com.br
                               www.graudez.com.br

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